quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Suspeitos

Nossa, como é chato sentir medo.

Fico cansada de não conseguir respirar quando fecham a porta, de dormir não dormir em pleno escuro ou de simplesmente lembrar... Sinto-me presa em mim mesma, quando caio em recordações.

É como estar no meio de um oceano; sem apoio, sem terra firme onde eu possa criar esperanças de estar.

Somos suspeitos de um crime perfeito. Foi isso que ouvi de sua boca assim que ele me abraçou.

Às vezes chego a cogitar a possibilidade de superar isso, de colocar pra fora tudo isso que me isola e assumir meu erro. Mas todos próximos a mim temem me fazer lembrar, quanto menos tocam no assunto, apenas passam a mão em minha cabeça, como se toda a morte que causei fosse normal.

Depois que cheguei ao porão mal iluminado e úmido, a vi, meu amor eterno desmaiada em cima de uma maca, amarrada e amordaçada a sangrar. Espantei-me mais a ouvi-lo repetir as mesmas frases que escrevi na estória e ao me forçar vê-lo executando todos os movimentos conforme descrevi.

Eu criei um monstro.

2 comentários:

Alessandra B. disse...

Nossa! Que texto maravilhoso.
Embora um tanto misterioso... Adorei!

Karine Lima disse...

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