domingo, 5 de janeiro de 2014

Anseio

Mergulhado na noite escura, difícil era ver além das trevas e da escuridão. E então a lua era o sol para mim...
E então as nuvens eram o que mais colorido havia para minha visão.
Mas então veio você com seu brilho espetacular... Tão único que me fazia prender a respiração e serrar as pálpebras, tão desacostumado estava com essa luz.
Seus olhos pareciam mais intensas e lindas estrelas, maiores e melhores do que aquelas que eu costumava contemplar.
De onde vieste que não iluminaste meu caminho desde que nasci? Mas por que tua voz me fere como um punhal violento?
Por que tuas palavras parecem me tirar da ilusão que tão docemente criei para mim mesmo?
No silêncio da minha noite eterna eu era intocável... Mas nos murmúrios da tua manhã cálida me sinto vulnerável.
Pode o dia e a noite se encontrar para além dos segundos de sua vida e morte?
Podemos nós nos misturar e assim criarmos uma nova tela de cores, nem dia nem noite, apenas eu e você presos um ao outro como as trevas dependem da luz para existir?
Como posso me aproximar sem te ferir? Como posso te tocar se por tanto tempo afiei minhas garras para que causassem dor e não carinho...
Mas aí está você.
Sempre presente em meus sonhos, atento a minha dor, colocando-a acima da sua.
E então seus olhos passam a brilhar mais que tudo para mim e eu senti vontade, de mais uma vez... Voltar a ver o sol.

1/JAN/2010


Revirando algumas coisas antigas encontro isso. 

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