sábado, 17 de julho de 2010

Torrencial

Nem vi as horas passar, agora nem vi. Mas quando não aguento mais, presa àquela sala cheia de corpos em movimentos frenéticos e suas gargantas a me irritar e provocar-me a tão conhecida dor de cabeça, as horas não passam, traiçoeiras.

Quero que segunda-feira chegue e não quero que segunda-feira chegue; mas já chegou, e agora vejo-me presa em um beco sem saída. Ou melhor, há saída, só que não quero enfrentá-la. A tal prova é no último período então nem que uma enxaqueca caia sobre mim poderei arrastar os pés até uma cama de um quarto frio e escuro. Mas isso já aconteceu tantas vezes, que nem me assusto tanto. Só rio do pavor alheio que toma os corpos nesta hora calmas e trêmulos a minha volta.

Deitar-me-ei a esperar que a dor passe e a chuva torrencial continue a avançar sobre o céu da cidade, e desabe alagando as ruas. Na melhor das hipóteses, só adiarei mais um dia.

Já li muitas coisas que não dizem respeito ao que preciso.

12-jul-10 às 04 h 13 min.

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