terça-feira, 13 de julho de 2010

Explosão

Minha cabeça podia explodir, com tudo o que tem dentro que seria tão inutilizável quanto pétalas de rosa secas ao chão. Afinal, não preciso dela. Não preciso de coisas inutilizáveis. Quero o contrário, quero coisas novas. Não daria para trocar? Como se troca a roupa que ganhou de presente e não serviu em uma loja qualquer? Uma roupa que não me serve é tão inútil pra mim, quanto uma cabeça cheia de coisas desprezíveis que não me levam a lugar algum.

Olhando as pétalas secas, penso se não há um fim mais digno a elas, que enfeitaram essa sala, tão branca, marrom, azul e bordô que me encontro. Perfume, sabonete talvez? Dissolver-se é tão mais calmo que explodir. É tão pacífico que nem dá vontade de se despedir. Mas minha cabeça dói, fervilhando seu conteúdo questionador que tanto me aflige. Prefiro então, dissolve-la, calma e lentamente por um ralo qualquer.

10-jul-10 às 23 h 55 min

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