Com preguiça a lot, só postando pelo tédio mesmo, haha. Feliz Natal e Feliz Ano novo pra quem ler - nunca se sabe né! Minhas pseudo fics, que agora estão mais para estórias mesmo, entraram em uma revlução incrível. Tanto que quase enlouqueci com meus - famosos 8 personagens - e minha outra estória que de Contraponto mudou para 'Num piscar de olhos' ou seja, um conflito total que todos que escrevem passam sempre. Porque, por mais que pareça simples, a coisa se transforma num labirinto.
E minha mais recente decoberta, foi James Jean um ilustrador de Taiwan que mora há uns anos em Nova York, pelo pouco que li, explêndido!
Para 2010, todos prometemos muitas coisas, arquitetamos muitos planos... e concretizá-los que é bom? No final, deixamos tudo por metade!
Em 2010, quero ter mais livros e ler mais e principalmente: acabar essa tal estória, que me colocou em dilemas medonhos.
Mas a coisa mais empolgante e que me deixa com um brilho nos olhos ao próximo ano, é a minha volta às aulas de interpretação. É quase uma aula de Teatro, mas sem aquele compromiosso tão sério. É bom, porque é recheado de poesias universais maravilhosas, diferentes das tradicionais - que usamos nos concursos gaúchos - em que não podemos nos mexer. E nas universais corremos o palco, pulamos, gritamos, é maravilhoso!
Bom, adeus a todos, até o ano novo. Deixo-lhes aqui com a poesia que mais me encanta declamar:
Cântico negro - José Régio
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Isso é tudo pessoal!
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