quinta-feira, 15 de julho de 2010

The invisible wall

Neste momento a dor me domina e o sono me atinge. Não sei a qual ceder, mas sei que da dor não me livrarei.

Durante essa semana ela esteve presente, e agora que caio em alucinações e vidas alheias, meu cérebro dói ainda mais, não querendo ou querendo – não sei – aceitar este conteúdo incompreensível que fabrico há tantos anos.

É esse mundo paralelo em que vivo que me irrita – há tanto tempo. Não consigo viver toda a realidade do momento sem criar uma nova hipótese ou visão de cada situação. E então, quando me deparo com a realidade me assusto e dou-me ao desespero, onde prevalece a dor, que vem me acompanhando constantemente: no meio ou fim da aula, antes e depois do almoço, a tarde, a noite, quando acordo... ela sempre aparece no final das contas. Quanto mais eu penso, ou imagino vivendo outras realidades, a dor me lembra dessa realidade cretina que me cerca.

Romance. Isso define onde vivo. O universo paralelo e estritamente contrastante que me domina.

Não adianta falar com aqueles médicos que nunca me escutam e querem sempre analisar meu exterior, me enchendo de remédios e reflexões baratas, não adianta! Eles me dizem que isso é normal... mas é tão normal a ponto de me fazer excluir da droga de sociedade que me exige desenvoltura e extrovertida? Ah meu Deus, como é dificil, ainda mais saber que toda essa torrente não tem controle e que eu sei que não posso fazer sozinha e que, se eu contar – como já fiz – acham que de vez em quando é bom extrapolar a realidade, mas viver assim sem tréguas me enoja, por saber que isso é a qualquer hora, em qualquer lugar.

Ouvir vozes, conversar, vestir, caminhar, morar em diversos lugares quando se está até conversando com as pessoas. Sinto-me traída por mim mesma. Como posso ser tão obtusa?

Minhas hipóteses já se esgotam, então penso em esquizofrenia e doenças do tipo. E tudo isso porque quero que essa dor pare – 5 horas nesta batalha.. Não há remédios que me salvem ou me tirem essa dor. Há 30 minutos tomei o segundo remédio e nada de alivio, pelo menos isso...!

Há vezes também que para aliviar a dor de cabeça, ou a que me aperta o coração sempre que me sinto só, abrir outro corte aqui ou ali é tão válido quanto expressar. Ver o sangue me leva a crer que pelo menos, naquele momento a dor também está se esvaindo de mim. Pena que agora, não há nada aqui que possa realmente me aliviar.

Sinto meus olhos pesarem, então deixo o sono me atingir, mesmo que a dor continue e me faça cair em cinzas profundas.

12-jul-2010 às 23 h 53 min.

15-jul-2010 às 11 h 20 min.

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